Estudantes de medicina da UFU, em parceria com a Escola Técnica de Saúde, realizam conscientização sobre dengue no Parque Sabiá

O evento “Dengue: um encontro sem você” orientou mais de 100 visitantes do local
isadora.pinheiro@ufu.br
02/12/2024 - 17:04 - atualizado em 02/12/2024 - 17:04
Foto de reprodução controlada do ciclo de vida do mosquito da dengue
Evento reproduziu de forma controlada a proliferação e o ciclo de vida do mosquito (Foto: Wender Araújo)

Aconteceu, no dia 26 de outubro, no Parque Sabiá, a atividade “Dengue: um encontro sem você”, um momento de sensibilização e conscientização da população uberlandense sobre os riscos da doença. Mais de 100 visitantes do Parque puderam conferir a atividade, que consistiu em um circuito de quatro estações, em que o público iria conhecer diversos aspectos sobre o mosquito Aedes aegypti. A ação foi realizada por estudantes do curso de medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), participantes da International Federation of Medical Students Associations (Ifmsa), em parceria com a Escola Técnica de Saúde (Estes/UFU), da qual a coordenadora do Ifmsa, Marília Rodrigues Moreira, é docente.

Os estudantes montaram as estações no Espaço Saúde do Parque Sabiá e atenderam a população das 8 às 12 horas. As estações consistiam em: 

  • Só Acredito Vendo: foram mostrados ovos, larvas e pulgas do mosquito em microscópios, bem como exemplares do mosquito adulto;
  • Ciclo de Vida: a população foi convidada a montar a sequência correta do ciclo da vida do mosquito - ovos, pupa, larva e mosquito;
  • Está em Todo Lugar: foi demonstrado que o mosquito pode se proliferar tanto na água limpa, quanto na suja;
  • Mito x Verdade: as pessoas eram convidadas a responder afirmações sobre o mosquito, apontando se eram mito ou verdade:
    - o mosquito da dengue só pica durante o dia (mito) 
    - a dengue hemorrágica é a forma leve da doença (mito)
    - o ovo do mosquito da dengue pode ficar 450 dias mesmo sem água (verdade)
    - o mosquito pode se proliferar em água suja (verdade)

Wender Araújo Silva é estudante de medicina da UFU e entrou como trainee na Ifmsa Brazil UFU no Comitê Permanente de Saúde Pública (Standing Committee on Public Health - SCOPH), se tornou Coordenador Local em julho, posteriormente assumiu o cargo de Diretor Local de Programas e Atividades (LPA-D), e hoje é Presidente Local Interino. Ele explicou que a parceria do projeto com a Estes começou graças a docente Marília Rodrigues Moreira, mas que logo o grupo tomou conhecimento do trabalho realizado pelo professor João Carlos de Oliveira, que possui um projeto de monitoramento do mosquito nos campi da UFU, e do Iftm, de Uberlândi

Foto de pessoas olhando no microscópio
Os visitantes tinham contato com equipamentos de laboratório para observar ovos, larvas e pupas no microscópio (Foto: Cecília Palis)

Wender comenta com satisfação que percebeu um impacto positivo da atividade na visão da população sobre o mosquito. Ele relatou alguns dados obtidos na comparação entre um formulário prévio e outro aplicado após a realização da atividade. Antes do evento, 97% das respostas apontavam que entendia o combate a dengue como sendo muito importante, mas apenas 51% considerou que se dedicava ao máximo a ele em suas casas e somente 34% manifestou achar muito relevante incentivar os amigos à cuidar também. 

Já após a participação no evento, 80% das pessoas disseram que passarão a se dedicar muito mais aos cuidados de prevenção à dengue em suas casa, e 87% que irão incentivar os amigos e conhecidos a cuidar também. 

Wender comenta sobre as interações que teve com o público. “Uma moça me respondeu: eu já tenho 40 anos, já vi muito mosquito na minha vida. Fiquei pensando como muita gente já viu muitos mosquitos por aí, sejam da dengue ou não, e mesmo assim foram saber mais, até porque ver um mosquito não te protege de contrair a dengue”, relata.

Foto de interação dos participantes com o jogo mito x verdade
O jogo “Mito x Verdade” testava os conhecimentos dos visitantes sobre o que foi explicado nas outras etapas (Foto: Wender Araújo)

José Augusto, ex-aluno do curso de geografia da UFU, foi um dos visitantes da atividade e comenta a importância de projetos como este. “A divulgação desse tipo de conhecimento é essencial para a prevenção e o combate à doença, que se tornou um grande problema de saúde pública no Brasil. E o conhecimento é uma das principais ferramentas de combate a sua disseminação”, avalia. 

Estudante de Saúde Coletiva e estagiária da Sala Verde, Cecília Palis comenta da gratificação de ver um evento como este, como uma pessoa que também trabalha com saúde e educação ambiental, e ressalta o papel da população no trabalho de combate ao mosquito: “Educação e mobilização social em saúde são extremamente importantes, ainda mais com atividades de prevenção de doenças, não apenas de diagnóstico ou tratamento. A população é essencial para o combate de muitas doenças infecciosas, como a dengue e outras arboviroses, pois muitas vezes hábitos domiciliares podem gerar um criadouro do Aedes”.

Sobre o futuro, Wender diz que se sente muito feliz de saber que está organizando algo que pode mudar a vida de pessoas e ajudar e diminuir a incidência do mosquito, tendo em vista que atividades de mobilização social, como essa, fazem parte dos objetivos do Ifmsa Brazil UFU. 

Reprodução: Portal Comunica UFU <https://comunica.ufu.br/noticias/2024/12/estudantes-de-medicina-da-ufu-e...>